Na ultima sexta-feira 2, o
vereador e atualmente presidente da câmara de Aquidabã, cedeu uma bela e
extensa entrevista ao programa “Agenda Comunitária” da rádio AquidabãFM 104.9
apresentado por Giovalênio Felix presidente da emissora. Durante o bate papo,
Carlos Moura explanou ações que a câmara desenvolveu nos últimos 6 meses, entre
elas estão a compra de novos computadores e material de informática, microfones
com som de qualidade como também poltronas confortáveis e atualmente tem em
caixa, mais de 15 mil reais para compra de um automóvel para uso exclusivo do
poder legislativo, acrescentando que em breve os banheiros já estarão sendo
construídos para atender a população que freqüenta o plenário José Felix de Sá.
O presidente da câmara anunciou
outra noticia importantíssima para a população de nosso município,
principalmente aos moradores dos povoados e jovens que usam a Internet, estou
falando das transmissões das sessões pela rádio comunitária AquidabãFm. Com
relação as especulações que a emissora tinha cobrado 3 mil reais para as
transmissões, Carlos Moura deixou claro que “A verdade é uma só, em momento
algum os diretores da rádio me procuraram para cobrar pelos serviços, ao
contrario, se colocaram a disposição totalmente grátis, e olha que sei muito
bem as dificuldades que vocês tem para manter essa radio porque já fiz parte”
disse Carlos, emocionando-se em seguida depois que Leno convidou o mesmo para
voltar a apresentar o programa Manhã sertaneja de 5h da manhã ás 7h no qual era
apresentador antes de sua candidatura, “Fico muito feliz em ouvir esse convite,
vocês não sabe a saudade que estou de acordar bem cedo e ouvir os pedidos
musicais de meus amigos e amigas que estão ligados nessa emissora que sempre me
tratou bem, lugar onde me fez o que sou hoje e fico emocionado em voltar ao que
eu amo” ressaltou.
Mudando de assunto, Carlos Moura
foi questionado se ainda fazia parte do grupo político do atual prefeito José
Carlos Dos Santos, onde de forma brilhante respondeu que o grupo político que
hoje faz parte chama-se “POVO DE AQUIDABÔ, explicando que em momento algum
houve rompimento, já que os poderes são harmônicos independentes no que diz a
constituição, “Não sou inimigo do prefeito Carlinhos, tenho gratidão ao grupo
por ser escolhido para ser presidente da câmara, mas a constituição é clara, o
prefeito tem responsabilidade de cuidar da prefeitura e o vereador e presidente
Carlos Moura durante 2 anos tem a responsabilidade de cuidar da câmara de vereadores
de Aquidabã que agora passa a ser independente” disse ele.
Durante a entrevista, houve
várias participações importantíssimas que abrilhantaram o bate papo, entre elas
a do professor de filosofia Gilmar que explanou um depoimento lindo no qual irei
escrever agora:
“Quero deixar bem claro para
todos que me ouvem neste momento, que, continuarei na trincheira de luta na
defesa dos interesses permanentes dos mais humildes de nosso município. Como
cidadão, é o mínimo que eu poderei fazer, tenho certeza que minha contribuição
tenha ajudado ao longo dos anos nos debates, na construção de uma cidade que
ofereça oportunidades para quem vive nela, porém, as vezes me dou conta que
essa luta é envão solitária, ou melhor, de alguns poucos cidadãos corajosos, e
por conta das decepções já pensei em recuar e me somar ao silêncio da maioria,
mas a minha inquietação fala mais alto e me coloca como cidadão ativo atuando
nos espaços de uma sociedade onde a maioria se cala por conta da conveniências
pessoal. Perdoe-me esse desabafo, estou sendo sincero com a minha consciência,
doa a quem doer.
Quanto aos infames e bajuladores
do poder, deixo que o poço os julgue. Carlos Moura, tenho alguns janeiros a sua
frente, e ao longo dessas quatro décadas venho acompanhando o comportamento do
poder legislativo municipal, e eu gostaria de saber em qual momento político, essa
câmara adotou uma postura de independência em relação ao chefe do executivo? Eu
particularmente não me lembro.
Caro vereador, hoje com o acesso
as informações, por mais simples que seja o cidadão, ele tem consciência da importância
e do papel que tem a câmara de vereadores no cumprimento das deliberações, das matérias
que eventualmente venham beneficiar ou não à sociedade, e por mais paradoxal que
seja o eleitor que se refém em cobrar do vereador no qual ele votou, as
propostas que foram prometidas durante a campanha eleitoral, mas sabe porque?
Porque negociou o seu voto e o compromisso do político com esse eleitor termina ai. Se
eleito for esse vereador, negocia seu voto com o prefeito em trocas de cargos para
contemplar sua família, e o eleitor que transformou seu voto em moeda de troca terá
o desprezo merecido do poder publico. Essa pratica política coronelista
fragiliza o legislativo e torna esse poder no apêndice do executivo,
qualificando a corrupção e torna o executivo soberano e autocrático.
Lá no século XVIII, um cientista político
em sua obra ressalta “quando o legislativo e o executivo se confundem numa só
pessoa, não haverá espaço para a liberdade”, leis tirânicas seriam executadas tiranicamente,
e a aliança entre o julgador e o executivo qualificaria a opressão. A tradição
da nossa câmara municipal é conservadora, e a sua relação com o executivo sempre
foi de subserviência, por conta das conveniências é como vereador cara de pau
chamar primeira dama de mamãe! Essas e outras não republicanas, ilustram o grau
de sujeira que permeam ambos poderes. O legislativo com esse perfil, perde a
dignidade quando não fiscalizam possíveis escândalos da atual administração,
por tanto, a câmara que não fiscaliza não tem hombridade moral para representar
a sociedade que paga pesados impostos...”
A Câmara Municipal corresponde ao
Poder Legislativo, ou seja, cabe aos seus componentes a elaboração de leis que
são da competência do município (sistema tributário, serviços públicos, isenções e anistias fiscais, por exemplo). Os vereadores são
importantes, também, porque lhes cabe fiscalizar a atuação do prefeito e os
gastos da prefeitura. São eles quem devem zelar pelo bom desempenho do
Executivo e exigir a prestação de contas dos gastos públicos. Uma função
importante dos vereadores, porém desconhecida por boa parte da população, é a
de funcionar como uma ponte entre os cidadãos e o prefeito, por meio de um
recurso chamado indicação. Ele é uma requisição de informação ou providência
que um vereador envia à prefeitura ou outro órgão municipal em nome do eleitor.
Como não funcionam como leis, as indicações não exigem que o vereador faça
consultas em plenário para apresentá-las ao prefeito. Cabe ao prefeito ou
secretário atender ou não à solicitação, sem que para isso precise ser
apresentado um projeto do vereador.
Essas são as funções primordiais
de um representante do povo, e esperamos que agora o nosso legislativo entenda
que o povo está de olho e não é burro!
“Fiquem espertos vereadores”
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